A decisão foi tomada pela juíza Fernanda de Carvalho Queiroz e determina ainda que o artista remova das redes sociais todas as imagens e vídeos em que a profissional aparece. O caso aconteceu em 2023, quando MC Ryan SP visitou uma escola pública, mascarado, fingindo ser um aluno. Durante a confusão com estudantes, o artista se recusou a se identificar e interagiu com membros da direção da escola, tudo foi filmado e parte dos vídeos foi publicada em suas redes sociais.

Nos registros divulgados, a coordenadora Ana Paula Lima Paiva aparece tentando entender quem era o rapaz mascarado. Sem saber que se tratava de um artista famoso, ela seguiu os protocolos da escola. No entanto, após os vídeos viralizarem fora de contexto, Ana Paula passou a ser alvo de críticas e comentários negativos na internet e até dentro do próprio ambiente de trabalho.

Segundo o processo, a exposição indevida causou graves consequências na vida pessoal e profissional da coordenadora. Ana Paula relatou que sofreu perseguição dentro da escola, enfrentou um processo administrativo interno e, por conta da pressão, abriu mão do cargo de confiança que ocupava.

Ela também apresentou laudos médicos e psicológicos que comprovaram os danos emocionais provocados pela repercussão do caso. Diante disso, ingressou na Justiça exigindo a remoção do conteúdo das redes sociais de MC Ryan SP e uma indenização por danos morais e materiais.

Na sentença, a juíza reconheceu que MC Ryan SP esteve na escola, interagiu com a equipe e usou a imagem da coordenadora sem qualquer autorização prévia. Mesmo sem ter agido com má intenção, o artista foi responsabilizado por violar o direito à imagem e à privacidade, garantido pela Constituição.

A juíza destacou que Ana Paula, como profissional da educação, foi exposta de forma indevida, o que causou constrangimento, desgaste emocional e danos à sua reputação.

Com isso, a Justiça determinou que o artista:

• Pague R$ 10 mil à escola pública como forma de compensação pelo ocorrido;

• Apague imediatamente todos os conteúdos que envolvam a coordenadora;

• E se abstenha de divulgar novos conteúdos com a imagem dela.

Até o momento, MC Ryan SP não se manifestou publicamente sobre a decisão. O caso serve de alerta sobre os limites da exposição de terceiros nas redes sociais, mesmo quando se trata de figuras públicas. Brincadeiras fora de contexto podem gerar consequências sérias, tanto para quem publica quanto para quem aparece nos vídeos sem consentimento.